28 de março de 2019


UM REMORSO
                       
            Esta é uma história que ontem, sim, ontem, prometi à Susa. Já lhe contara uma nas Bodas de Ouro dele. Agora já posso contar esta com um soprozinho de romance. Mas é verdadeira. Se eu a tivesse contado antes e lhe perguntassem se era real, ele diria que não, que não se lembrava disso. Há acontecimentos que perduram apenas na memória de quem não consegue esquecer por remorsos. O outro esquece porque perdoou e o próprio não esquece por não conseguir perdoar-se.
            Há muitos anos. Era Domingo à tarde. Dia de catequese. Devia estar a chover, pois não me lembro de catequese em dias de sol. Na Igreja da Livração. Três classes: os iniciados, Pai-Nosso e Ave-Maria com a Miquinhas do Senhor Albano, os mais velhos, já nos Actos, com a D. Olinda, e os últimos com o bom do Padre Albino, já às voltas com o Velho e o Novo Testamentos, rumo à Comunhão Solene. Eu e ele éramos ainda do primeiro grupo. Com a D. Olinda não se brincava. Com o bom do Abade ninguém piava. Já com a Miquinhas, incapaz, tão bondosa e simples era, de manter a ordem entre os seus alunos, por vezes havia alguns desacatos. Aconteceu assim nesse Domingo. Não me lembro bem da brincadeira. Talvez alfinetadas nos rabos, ou esticões de cabelo, algo desse género. Fosse o que fosse, ele fora o responsável pelo incidente.
            A confusão tomou proporções que a Miquinhas não conseguia dominar. O bom do Abade levantou-se da sua cadeira, elevou-se e fez-se o gigante que todos nós, pequeninos, e olhando de baixo para cima, víamos. Chegou-se à classe em conflito e quis saber o que se passava e quem o responsável por aquela balbúrdia. Ninguém acusou. O abade insistiu. Queria a verdade. Entre verdade e solidariedade fraterna eu, feito vilão, apontei o dedo para ele, que era meu irmão. Tal como Judas com o beijo. O padre Albino pegou-lhe pelas orelhas e quase o levantou do chão, pregando-lhe umas boas palmadas no rabo.
            Acabou a catequese e saímos da igreja. Já no largo, fora do adro, veio a reprimenda:
            — Não podias ter ficado calado, seu acusa pitos?
            — O senhor Abade queria a verdade… – choraminguei.
            — E eu sou teu irmão mais velho.
            — E que tem isso? Deus sabe …
            — Pois sabe. Mas o senhor Abade não sabia!

            Para ele, com muito carinho e saudade.

Tolis
28 de Março de 2019

11 de fevereiro de 2014






























Despedir-se de quem sempre esteve, aquele eterno presente-passado...
Vem um dia... e nos recorda que as novas cores não apagam nem desfazem a tinta permanente.
Porque são assim: tinta permanente no vestido de menina que levo posto.

Um vestido que, num dia assim, parece que começa a deixar de servir-me.

ADEUS! Até à eternidade!

1 de maio de 2013

Chama-se Flor.

É uma cadelinha que nasceu a 6 de abril deste ano. Parece que come muito e a mãe dela começa a perder a paciência.

Daqui a duas semanas já será suficientemente grande para vir para a nossa casa.

 É bonita ou não?

28 de abril de 2013

Olá Familia!

Recordais que o prazo para entregar os trabalhos literários ou histórias é este domingo, 5 de Maio e Dia da Mãe? Vamos receber muitos contos?....

Claro que sim!!! Depois começamos a organizar o Jurado. Quem se oferece para Juri?

Vamos!

11 de fevereiro de 2013

Aqui já passou o Carnaval! 

Como o feriado de Carnaval não existe e o Carnaval esteve proíbido em tempos de "outros senhores", nunca se recuperou o Carnaval... aquele da terça-feira de Carnaval. Há muitas celebrações pelo Carnaval, mas resume-se ao sábado à tarde: um corso pelas ruas principais de Vila Seca. Nesta povoação há pouca crítica social... e bem faz falta, para desafogar destes tempos, que outra coisa... Enfim!

Aqui vai a nossa fotografia deste ano! 


12 de novembro de 2012

 Semeando


A parte da escritura, também alimentamos o corpo. Queremo-lo bem alimentado!!!!

 Para isso, temos a ajuda da Helena que sempre, sempre ajuda no campo. Ela traz a enxada, traz as sementes e pregunta "onde é?". Então semeamos ervilhas no dia 20 de Outubro. Esperamos... que a Helena também as coma com o mesmo gosto com que as semeou.

Para que é a rede? Por causa dos passáros. Eles também gostam de ervilhas.


19 de outubro de 2012


LA GRANADA (a romã)

Dentro de una caja de música
Se esconden bajo el mantel,
Muchas doncellitas.
Llevan vestidos rojos y brillantes,
Como cristales al atardecer.

Al sacar la cortinita
Se despiertan de su sueño
Vestiditas bien bonitas con cara de ilusión.

Cuando las cogemos una por una
Te dicen un verso de lo más fresco.
Y si las sacas todas a la vez
Empieza una orquestra que no tiene pies.

Pero cuando llega el policía
Para la armonía.
-  Todos a sus puestos, y bien dispuestos. – manda él.

Y es que este policía viene cada día
A parar la alegría.
El porqué es muy sencillo,
La única música que le gusta es la del grillo.

-  Si señor! – exclaman las doncellas con tristeza.
Entonces ellas se vuelven a tumbar en sus camas
Y tapadas con la manta se vuelven a dormir

Mireia Oncins

13 de outubro de 2012

O concurso literario para os Mota-Barbosa

Inventa uma história com estas personagens:

Paleto, um caracol viscoso

Osilid, o coelho sábio

Liliot, uma menina leitora


Pensa numa história para um màximo de duas pàginas din A4. Não te esqueças do título da tua história.
Quando acabes a história, assina com um pseudónimo.

Último dia para entregar o conto: :5 de Maio de 2013.

Envia o teu conto ao email: isafmendes@gmail.com (não parece, mas é o email da Bé de Leiria... bem, agora Tarragona). No email diz o nome vedadeiro do autor da história.

A Bé o reenviarà aos juris deste concurso, mas nao dirà o nome do autor até se saber o vencedor.


Prémios: haverá um premio superimportante para o primeiro lugar, um prémio para o segundo e outro para terceiro lugar. Todos os participantes receberam um prémio de participação. Os prémios serão entregues no próximo encontro de familia.

Atenção: os juris não podem concorrer.

Quem pode ser juri?

Todos os avôs e avós que queiram da familia Mota Barbosa e a Mireia Oncins que foi quem teve a ideia.

Não esquecer que os elementos de juri devem ter email, para poderem receber os contos e enviar a sua votaçao à Bé de Leiria (.... sim, de Tarragona). No momento em que tomais a decisão para ser juri, enviar um email à Bé (isafmendes@gmail.com).

Cada elemento do juri darà uma nota entre o 1 e o 10 para cada história. O conto que tenha maior puntuaçao será o vencedor.


Vamos, imaginação!!!!!

Mireia Oncins


8 de agosto de 2012

  Da Frederica...


Mãeminha melhor amiga!
Nesta vida te fiz de minha guardiã, portadora da minha educação. O que sou hoje em muito te devo a ti, afinal de contas já são dezasseis anos de ensinamentos transvazados de ti para mim. Deste-me uma noção do quanto a vida é bela e perigosa, de quantas malícias passam por nós todos os dias, de quantos amigos fingidos se juntam a nós mas nunca deixaste de me mostrar a vida primaveril cheia de encanto. 
Mãe… melhor amiga que conhece um pouco mais da vida, que protege a sua cria na tentativa de a deixar crescer numa liberdade limitada e a encaminha para longe de precipícios, mantêm-na consciente da realidade e a alerta para os sonhos demasiados altos sem nunca a proibir de sonhar.  
Minha mãe galinha, que me transmites tanto amor, és um mar de ternura, és um porto seguro… também tens as tuas revoltas e as tuas tempestades mas nunca deixas de ter o teu carinho que me acolhe nas mágoas ou nas euforias e tens sempre a imensidão dos teus braços abertos para me receber em todos os momentos da minha caminhada.
És a minha companheira nesta alucinante aventura que é a vida que tanto nos atraiçoa como também nos proporciona momentos únicos que jamais poderão ser esquecidos mas quando estes se começarem a dissipar com a idade rouba-lhes o tempo em que um olhar dizia tudo e para sempre alcançaremos o mundo!
 
 
 
Neste mundo desconhecido, respirei…
Abri os olhos e te encontrei,
Um espírito de ternura,
Que me perfumou com o seu doce amor!
 
Um choro soou,
Era a minha voz rouca a gritar,
Só te queria a ti,
Só te queria amar!
 
Seguro a tua mão,
Me acomodo nos teus abraços,
Me conforto nos teus beijos,
E juntas adormecemos à espera de um novo dia.
 
Perante aqueles olhos luminosos,
Deste-me a segurança de poder começar a falar,
Deixaste-me dar os primeiros passos,
E a minha caminhada começou!
 
 
 
Sei que vais estar sempre presente, independente do tempo ou lugar.
O amor que me enche os pulmões foi-me dado pelo teu oxigénio. Sei que pertenço a um lugar, um lugar junto a ti pois o cordão umbilical nunca foi cortado e eu simplesmente pertenço a ti!
Obrigada por seres quem és, obrigada por estares sempre presente.
OBRIGADA MÃE (‘:
 
Frederica Lima, 18/04/2012

26 de julho de 2012


Clã Mota Barbosa

Trago no peito a saudade,
De tempos na minha aldeia,
Passagens de ano de tanta brincadeira.
A estrada era o campo de futebol,
Bola para aqui bola para ali,
Um grito aflitivo dos pais,
Cuidado meninos, olhem os carros!
Os tios jogavam à malha,
As primas mais velhas tinham conversas de namoricos,
Inventavam fugas às escondidas.
A casa da Senhora palco de esconderijos e cigarradas.
A grafonola do tio Tólis, o cavaquinho…saudade!
E o cheirinho que vinha do Forno?!
Hummmm
Muito bem confecionado pela avó Isaura
Que passava a noite quase em claro,
Tamanha era a algazarra de noite,
Almofadas e travesseiros voavam,
Entre gargalhadas e conversas…
Lá vinha o anho para a mesa com arroz amarelo,
Lá estava o tio Fernando sentado à mesa,
Sempre a postos para as primeiras garfadas de arroz.
Nunca mais comi anho com o sabor da avó.
E a sopa recheada de couves e feijão vermelho?
Uma altura sentada com o meu primo Miguel
Na escadaria da casa,
Ouviam-se vozes reclamar que “rapinaram “muitas couves,
As duas pestinhas riam-se nas escadas,
Cada uma com uma enorme malga cheia de couves e feijão,
Ahahahahhah 
Os “ladrões”…
E o Citroen dois cavalos do tio Carlos!
Lá ia a primalhada dar uma volta,
Todos contentes e felizes,
Curva contra curva com os cabelos ao vento,
Um tio sempre presente nas nossas brincadeiras.
A caça ao tesouro!
O tio Jaime, meu pai, era raro estar presente,
Mas num desses dias do ano compareceu,
guardou dinheiro numa caixa
e bora lá encontrar o tesouro…
Gostava também de nos levar ao café
e os chocolates depressa derretiam na boca…
As discussões sobre política, religião ou outro assunto,
Como eu gostava de apreciar aqueles debates entre tios,
Cada um falava mais alto do que o outro,
Mas acabava tudo bem, obviamente…
Tantas, tantas histórias haveria para contar.
O bom de tudo isto é que continuamos a estar juntos,
Todos os anos nos reunimos.
A família cresceu, somos mais ou menos setenta.
As brincadeiras continuam
A pequenada e juventude se divertem,
E também eles anseiam por este dia.
É bom ter esta família…
Fica uma grande saudade da nossa querida tia Lena
O pilar de todos nós…
Mas por todos e por ela estaremos juntos
Sei que esteja onde estiver, estará muito feliz,
Assim como o tio Juca sempre esteve.
Por nos ver juntos.
Primo Chico fica melhor rapidamente
Estamos contigo 

Diana Barbosa 20/07/2012

9 de março de 2012


 “JUNTAS ALCANÇAMOS O MUNDO”
                ( DEZASSEIS ANOS)

Buscas no mar a serenidade
Trilhas areia em pequenos passos
Observas um infinito manto de água,
Com certeza te leva a navegar
Em pensamentos só teus!
Sonhos provavelmente!
Dominada sentes a maresia
Ouves a voz dessa imensidade
Tocas na sua boca
Que te ilumina o rosto.
É o teu mar!
É o abrigo da tua energia.

Eu!
Sou os braços do teu mar
Que te oxigena com amor,
Amor indiscutivelmente intransmissível.
Respira o melhor e o pior de mim,
Filtra os ensinamentos,
Ouve as melodias da vida,
Nem sempre o mar é calmo
Nem sempre o rio é sereno.
Tu sabes…és sensata!
Um dia escreveste
“Juntas alcançamos o mundo”,
Um mundo que te sorri e chora
Um mundo que deves abraçar
Um mundo que deves lutar
Um mundo que te deixe ser livre!
És o meu mundo!
Quero ver-te voar,
Quero ver-te feliz.
Meus braços estão pequenos,
Tempo que nos rouba a idade,
Mas os nossos momentos, esses!
O tempo solidifica!
Um dia
Se eu merecer,
Sorri!
Se existir lágrimas
Que sejam de alegria
Adoro ver-te sorrir.
Que a brisa divina te proteja.

Mãe.

6/02/2012, Diana Barbosa